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Mostrando postagens de junho, 2011

POESIA VISUAL: De Simmias a Joan Brossa, Uma Conexão com o Cotidiano

POESIA VISUAL: Uma Conexão Com o Cotidiano O olhar e o falar nas diversas formas de Arte     Quando a transmissão de conhecimento era basicamente oral, a realidade era uma só para todos. Se todos diziam as mesmas palavras, não havia diferença. As palavras tinham o status de realidade, desbancando a visão particular. Logo, a verdade era algo sobre o quê a maioria dizia as mesmas frases.       A palavra é a ferramenta básica da poesia, mas isto não impede que no feitio do poema - transcrição de um indivíduo de como ele enxerga a realidade aparentemente única – os poetas agreguem materiais e/ou maneiras de se exprimir diversas, que conferem peculiaridades à poesia, sem perder a essência.       Isso também acontece nas demais espécies de Arte, este amplo território do sensível, materializado em pintura, música, filme, teatro, literatura, escultura e as múltiplas formas de espetáculo. Há sempre um novo fazer artístico sendo agregado.     Na Arte contemporânea o artista usufrui como nu

Os Sapatos Sujos da Língua Portuguesa

O texto abaixo nos foi cedido pela advogada Silma Duarte, de Porto Alegre, que gentilmente nos permitiu a publicação neste espaço. Conhece Mia Couto? Moçambicano, ele estudou medicina e biologia. Mas se dedica às letras. Tem leitores cativos em Europa, França e Bahia. Os brasileiros o prestigiam em lançamentos, palestras e tietagens. Os patriotas também. Outro dia, convidaram-no para abrir o ano letivo do Instituto Superior de Ciências de Moçambique. O tema: os sapatos sujos da modernidade. Ele justificou a escolha do assunto assim: "Não podemos entrar na modernidade com o atual fardo de preconceitos. À porta da modernidade, precisamos nos descalçar”. Contei sete sapatos sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos modernos. Haverá muitos. Mas eu tinha de escolher. E sete é número mágico". O 1º sapato sujo: a ideia de que os culpados são os outros e nós somos sempre vítimas. O 2º: a ideia de que o sucesso não nasce do trabalho. O 3º: o preconceit

Shirin Ebadi: O Clamor por Mudanças no Irã. Uma Voz em Defesa dos Direitos Humanos.

            A advogada iraniana Shirin Ebadi foi responsável pela palestra da noite de 13 de junho, do ciclo de conferências “ Fronteiras do Pensamento ” realizado no salão de Atos da UFRGS em Porto Alegre.             O evento, cujo objetivo é estimular o debate sobre a identidade da época em que vivemos, teve sua estréia em 23 de maio, passado, com a presença do crítico literário americano e teórico marxista Frederic Jameson, com o tema A Estética da Singularidade.             Prêmio Nobel da Paz em 2003, por sua atuação na defesa dos direitos humanos no Irã, Shirin Ebadi, a segunda conferencista do ciclo Fronteiras do Pensamento , usou o idioma farsi para expressar-se durante a conferência, dividida em duas partes, a segunda dedicada a responder às perguntas da platéia.             Durante a explanação inicial, Shirin, que quer dizer “doce” em persa, manteve a fala tranqüila, inclusive ao citar os exemplos concretos de discriminação, ou na descrição das penas capitais previstas na

Noites em Claro

            Pobres dos insones. Um turbilhão de pensamentos toma conta da mente quando o sono teima em não vir. Não adianta contar carneirinhos para que o tão merecido descanso do corpo e dos sentidos se faça presente. Quando o todo não quer ou não pode ser adormecido, o resultado é o estado de alerta geral. As tentativas revelam-se infrutíferas e só resta-nos esperar a boa vontade daquela inércia característica invadir-nos e então possamos dormir sem perceber.             É lógico que estamos falando de quem perde o sono uma vez ou outra. Existem casos de doença, de pessoas que necessitam de medicamentos para dormir, receitados por um médico, naturalmente. Se não conseguir descansar de vez em quando já é um terror, imaginemos o que deve ser a vida de quem quer dormir e não consegue. Existem ramos da medicina hoje tratando exclusivamente das doenças do sono, tal a catástrofe que a ausência sistemática de sono provoca na vida das pessoas.             Quem não dorme bem à noite, com