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Mostrando postagens de maio, 2011

Para Que Serve Isso mesmo?

            Nossa sociedade contemporânea consolidou os clichês para ratificar o que queremos encerrar peremptoriamente, dar um veredito, sem comportar maiores elucubrações. São armadilhas que lançamos mão num ímpeto de explicar qualquer coisa que apareça e para a qual não tenhamos tempo para um raciocínio mais amplo ou até por incapacidade mental nossa de fazê-lo.             Fruto da nossa ignorância, toma corpo o descarte de tudo aquilo que não enxergamos aplicação imediata. Sinônimo também da impaciência característica dos nossos dias. Só nos serve o que é instantâneo, centrado no que está acontecendo agora e que precisa obrigatoriamente servir para alguma finalidade. Qualquer raciocínio um pouco mais complexo é doideira do interlocutor. O que serve é o aqui e agora.             Na visão utilitária e imediatista há todo um culto ao presente. Passado e futuro perderam a importância e nós a capacidade de rever atos e pensar adiante. As tecnologias digitais forçam o uso do real-ti

Desencanto

Para o filósofo argelino Albert Camus, “sem trabalho, toda vida apodrece. Mas sob um trabalho sem alma a vida sufoca e morre”. Fazer a diferença é bom, satisfaz o ego e dá uma sensação de bem estar enorme, sem contar o sentimento genuíno da tão apregoada sensação do dever cumprido. Até a gora, só clichê e citação, mas existem sentimentos que nos invadem em certos períodos da vida que são como um soco no estômago: Tem o poder de paralisar-nos, não sem antes fazer-nos sentir dor e ela persistir latente, incomodando-nos no físico e na alma. Um destes sentimentos é o desencanto. Ao contrário do encantamento, que presume enlevo num crescendo que resulta num ápice, o desencanto devolve-nos à realidade, deixando-nos sem vontade para nada. Acontece em situações corriqueiras até, mas quando percebemos, vimos que o monstro foi devidamente alimentado de forma sorrateira. E sem que notássemos, foi tomando conta de nós e de uma hora para outra, parece ter deixado nossa vida órfã de sonhos. Que

Fidelidade é Tendência

Não. Fidelidade não caiu de moda, Senhoras e Senhores. Antes que alguém tenha a brilhante idéia de nos internar por ousar tal afirmativa, declaramos a quem interessar possa – ou não - que não se trata de loucura da autora. É a mais pura verdade. Talvez seja uma declaração tão antiga quanto o tratamento formal do início deste texto. Fidelidade é tendência. Aliás, esta sim, uma palavrinha moderna, enxuta e forte. Tendência. Soa bem, não é? Quando a ouvimos, sabemos que foi dada a largada para adquirirmos, usufruirmos ou adotarmos a nova tradução de estar na moda. Tendência quer dizer que pouca gente possui, algum privilegiado deu o sinal, caiu no twitter, milhares retuitaram, conferindo ao produto status de novidade novíssima – perdoem-nos a redundância, mas é proposital. Como o casquete, chapeuzinho, enfeite – sei lá o quê mais – da agora Princesa Catherine, a noiva mais vista do planeta. Tudo o que orbitou em volta do casamento do século gerou uma onda avassaladora e não