O seu cartão de crédito não comporta mais nem compras no R$ 1,99, mas você continua ali, hipnotizada na frente da vitrine ante aquele suéter maravilhoso. Não adianta esfregar as mãos, rapazes, que a analogia vale para os homens também. Troca só a vitrine e lá está você. Imóvel, frente àquele acessório (in)dispensável para o carro que há tempos não sai da sua cabeça. Analise a situação. Você está convencido de que precisa dominar os instintos. Tem certeza dos aborrecimentos que a atitude irá lhe trazer, mas ainda assim, alguma coisa lá no fundo diz eu quero. E quando se quer, parece que tudo o mais se anula. E se o lado negativo da ação fica zunindo na cabeça, tenta-se não pensar nele. Esquecer é temporário. Se o assunto é importante para nós, vamos nos deparar com ele novamente logo, logo. Que instrumento poderoso é o querer! É ele quem nos move. Quando aspiramos muito por algo, não tem quem nos segure. Passa a ser a coisa mais importante para nós e concentramos todos os esforços e...
Rackel F F Tambara é poeta, cronista e contista.