Então fica assim. Está combinado. Está tudo combinado, plagiando aquele rap. Para 2010 não vale tristeza, não adianta desesperança. Só conta cada sorriso, verdadeiro, feito criança. Marca ponto ser autêntico, ou pelo menos tentar sê-lo. Rende ao relacionamento, um mero afago no cabelo, daquele que a gente ama, do que é companheiro. E se der aquela vontade de cantar no banheiro, e que por um momento, sejamos estrelas no chuveiro. Não. Não quero sorriso forçado, quero algo natural. Não quero camuflar a boca e olhar fugir sorrateiro, denunciando-me a angústia, instalando-se por inteiro. Que a brisa seja sentida e não apenas vislumbrada. Que a contemplação seja engolindo o ar puro pelas narinas e quando menos se esperar, impregnar na retina, aquele cheiro de mar. E não se possa fazer nada que não integrar-se ao todo, deixar vir aos borbotões a energia que emana da divindade, presente em cada um de nós. Não, eu não
Rackel F F Tambara é poeta, cronista e contista.