Queremos a supressão da capacidade de ler nas entrelinhas. Dói demais perceber o real sentido das palavras quando elas são combinadas de forma a nos omitir algo, a induzir-nos a raciocinar de forma pré-determinada pelo interlocutor, coisa que o nosso sininho interior se nega a aceitar. Estamos ficando mais sabidos com as mensagens subliminares. Queremos a faculdade de não olhar nos olhos, porque corremos o risco de enxergar uma máscara por detrás do sorriso e nos perdermos naquilo que virmos. Se nos bastasse perder o instante, o fato em si, não haveria problema. Mas não há como dissociar a pessoa à nossa frente, da atitude que ela está tomando no momento em relação a nós, claramente dissimulatória. Não precisamos enxergar os meandros de ninguém, já que os nossos próprios nos dão trabalho o suficiente. Tampouco cada um de nós é anjinho o bastante para também não fazer uso das mesmas táticas quando confrontados, instados a fazer aquilo que não queremos. A tendência é encararmos como defe
Rackel F F Tambara é poeta, cronista e contista.