Nenhum de nós sabe precisar em que momento o dinheiro se insidia na nossa vida como facilitador dos relacionamentos. O dinheiro torna as pessoas mais contentes com quem o proporcionou e nos sentimos mais a vontade com quem está satisfeito conosco. Seja sob a forma de um presente, um agrado, ou quando damos uma boa gorjeta a quem nos prestou um serviço. Uma vez, tendo a chave da confiança, relaxamos. Fixamos um ponto de corte. Somos objeto do agradecimento de alguém pela nossa gentileza inata. Uma afeição sincera, porque repousada em bases sólidas. O dinheiro, funcionando como mecanismo tradutor da nossa vontade, das nossas emoções, descomplica os vínculos que mantemos ao nosso redor. A amizade é estabelecida, consolidada sem que prestemos atenção a eventuais motivos obscuros. É às claras, respaldada pelo nosso desapego às qualidades financeiras _ estas impronunciáveis _ mas presentes o tempo todo, c...
Rackel F F Tambara é poeta, cronista e contista.