Tem certas coisas que até podem acontecer, mas não é preciso que passemos por elas ou que as suportemos. Não é preciso ir de carro até a praia se você está há dois quilômetros dela e pode muito bem aproveitar para caminhar mais este trecho e assim obter melhor condicionamento físico. Afinal, caminhar faz bem em qualquer sentido seja ele estético ou de saúde. Mas podemos usufruir igualmente dos benefícios da caminhada extraindo dela o que ela puder lhe oferecer de melhor. E o melhor pode ser deixar para caminhar na beira da praia que é mais prazeroso e saudável, longe do vaivém dos carros e suas descargas. Nós já enfrentamos stress e buzina o ano inteiro e se pudermos ter a areia do mar, porque se contentar com o cimento?
Não há necessidade de sentir dor física. Sabemos que ela é o sinal de alerta do organismo, que precisamos dar-lhe a atenção necessária para que a doença não se alastre. Se não sentíssemos dor, nosso corpo se deterioraria sem que percebêssemos e não haveria como evitar a morte. A medicina nos mostra que as piores doenças são aquelas em que entre os seus sintomas não se encontra a dor, como o diabetes, por exemplo.
Almejamos sentir o mínimo possível de dor, se viável isto fosse. Mesmo com o físico na idade madura, queremos a vitalidade dos verdes anos e a quase ausência de dor que eles nos proporcionam. Passamos longos anos em busca do bem estar físico e quando vamos refazer a contagem percebemos que os momentos de cansaço ou sofrimento físico foram os companheiros mais fiéis da jornada. Tão presentes, que nos acostumamos com eles e não queremos que vá embora. Geramos assim um círculo vicioso que redunda em mais doença e menos satisfação. Com isto, perdemos a capacidade de usufruir da sensação de bem estar crescente que pode existir em cada momento, em cada atitude positiva nossa.
Não adianta olhar para trás e constatarmos que o instante anterior era melhor que o atual e que ameaçadoramente é o que acontecerá no período seguinte. As dores não podem ser o pretexto para se fechar para a vida. Porque aí alimentamos a dor mais perigosa: A que mina os nossos sentimentos, a nossa mente e nos deixa incapazes de extrair da existência a sensação de plenitude. Envelhecer é preciso. Deixar-se invadir pela dor, não.
Muito bom seu texto. Sempre penso assim em relação à dor, precisamos aprender a nos relacionar melhor com ela, além de inevitável ela é, também um alerta do corpo.
ResponderExcluirSempre passando por aqui para uma boa leitura.
Bjus...
Lenira