Ontem
à noite passei um aperto com dois terneiros que atravessaram pelo lado do
mata-burro e foram comer grama dentro do pátio.
Bob
Dylan, um Lhasa metido a Pitbull deu o aviso e disparou porta afora. Mais
atrapalhou que ajudou - eu tocava os terneiros de um lado, Bob espantava do
outro.
As duas cadelas Cimarrón, Bela (a mãe) e Brisa (a filha) estavam presas e latiam sem parar, querendo participar da festa. Bela pulou a cerca e Brisa - que só tem tamanho, é nenê ainda - latia desesperada, presa no canil. Aí virou um gritedo só. Eu, as cadelas, o pequeno Bob e o terneirinho menor - já que o maior passou de volta pelo lado do mata-burro. Quando me dei por conta, a Bela estava grudada no pescoço do terneiro, encurralado num canto da horta. O bichinho corria por cima das verduras e a cadela, atrás. Terminaram com o canteiro de tomates. Consegui pegar a Bela pela coleira, mas foi um custo fazer a danada largar o coitadinho. Era uma mão agarrada num moirão de parreira e a outra segurando o pescoço da arteira. Por fim, ela soltou e eu tive que arrastá-la para dentro da lavanderia, pra conseguir tocar o terneiro. Hoje acordei com os braços doendo pela força das sacudidas da Bela. E a estrupícia ainda amanheceu abanando o rabo pro meu lado, bem faceira, como se nada tivesse acontecido. Pode? Vida de colono é fogo! E vida de cachorro também não é das melhores. Mas esses bichos aqui da chácara são folgados. Na prática, a Bela é dócil, tanto que me deixou segurá-la. Mas pelo jeito é territorialista. Ou então, quando me ouviu gritando com o terneiro, achou que eu estava sendo atacada. Vai que é verdade? Vá saber! Dizem que os bichos adotam a gente e não o contrário. |
Dizer que foi o receptor da comunicação quem se equivocou é uma atitude cômoda para o emissor, porém arriscada, já que a conversa pode se encerrar por ali. Quando lançamos mão do tradicional “você é que não me entendeu”, estamos transferindo para o outro a responsabilidade pelo equívoco que nós mesmos provocamos. Na prática, a nossa atitude em si é arrogante, pois não admite a possibilidade de erro e ainda por cima se exime das conseqüências, como se fôssemos donos da verdade e só a nossa versão é que contasse. Seria muito mais humilde e receptivo trocar a mensagem por “eu não me fiz entender”. Acalma o interlocutor e de quebra nos dá fôlego para uma segunda chance. Ocorre que na maioria das vezes nos utilizamos dessa tática com a melhor das intenções e com o honesto propósito de esclarecer a idéia que queríamos transmitir. Como a resposta vem de imediato à nossa mente, estamos convictos que esta forma de se expressar é correta e tanto cremos nisso que a reação é automática e não enten
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