Pobres dos insones. Um turbilhão de pensamentos toma conta da mente quando o sono teima em não vir. Não adianta contar carneirinhos para que o tão merecido descanso do corpo e dos sentidos se faça presente. Quando o todo não quer ou não pode ser adormecido, o resultado é o estado de alerta geral. As tentativas revelam-se infrutíferas e só resta-nos esperar a boa vontade daquela inércia característica invadir-nos e então possamos dormir sem perceber.
É lógico que estamos falando de quem perde o sono uma vez ou outra. Existem casos de doença, de pessoas que necessitam de medicamentos para dormir, receitados por um médico, naturalmente. Se não conseguir descansar de vez em quando já é um terror, imaginemos o que deve ser a vida de quem quer dormir e não consegue. Existem ramos da medicina hoje tratando exclusivamente das doenças do sono, tal a catástrofe que a ausência sistemática de sono provoca na vida das pessoas.
Quem não dorme bem à noite, com certeza não consegue ter um ritmo normal de trabalho no dia seguinte, uma vez que o organismo inverteu o processo e vai querer recuperar o tempo perdido, sem contar que o humor vai ser daqueles de fuzilar com os olhos e não é para menos.
Parece que passamos tudo a limpo nestas noites intermináveis. Ou então, até dormimos, mas são pequenos intervalos. Se fizermos a conta das perdas e danos na maioria das vezes as boas ações da nossa vida prevalecem. Todavia, nas noites mal dormidas, só vem à cabeça aquilo que fizemos e não gostamos do resultado e tudo fica ali martelando.
Para recuperar o sono perdido, vale rezar, fazer respiração profunda, meditar – se é que a gente consegue _ concentrar-se no silêncio, procurando identificar os sons que ele nos traz. Expulsar os maus pensamentos, focando em recordações aprazíveis também pode ser uma boa pedida.
Talvez seja necessário apaziguar a origem da nossa insônia. É na quietude da noite que o coração mais se alvoroça. Acalmá-lo pode ser o primeiro passo para o sono merecido. O primordial é identificar a causa das noites em claro, mas quando os nossos olhos estão bem abertos. Isto é, durante o dia, enfrentando cara a cara os problemas que estão afligindo-nos a ponto de repercutir no nosso descanso.
Estranho mecanismo este, do cérebro que, ao não encontrar uma solução que sabemos só virá quando descansados, insiste em nos cansar mais ainda, levando-nos às vezes à exaustão.
ResponderExcluirBem oportuna sua crônica, amiga, eu já passei por isso e é horrivel. Abraços.
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