Normalmente a lógica cai por terra quando se argumenta com alguém e o sujeito concorda de pronto. No pressuposto de que a concordância seja porque está convencido e não porque o vencemos no cansaço. Porque se foi a fadiga, estorna e segue o baile. O interlocutor está convicto de que a nossa argumentação é correta para que ele faça ou deixe de fazer determinada ação ou tenha certas atitudes. Prepare-se para o xeque mate: “É. Você tem está certo, mas eu não gosto. Eu não quero”.
Nessas circunstâncias, capitulamos. Contra a ausência de lógica ou de vontade, não há idéia ou procedimento que vá em frente. E o que é inconcebível para que se pauta pela coerência nas atitudes, para o outro é basicamente o predomínio do instinto. “Não estou com vontade de fazer”. O não fazer significa abrir mão das melhorias que o novo posicionamento traria. Mas se ele não aprecia a idéia ou não quer, significa que não está disposto a correr riscos para alcançar certos objetivos. Ou então, a última alternativa: Ele não está suficientemente persuadido dos benefícios que supostamente iria auferir. Não assimilou como verdade sua aquela proposição.
Outro argumento que dispensa qualquer réplica é: “Tudo bem, eu concordo contigo, você têm razão, mas por aqui é assim, dessa maneira que estamos acostumados a fazer”. Tradução: Você não foi esclarecedor a ponto de convencer, está enchendo a paciência de quem te ouve e ele está apelando porque não te agüenta mais e quer que dê o fora. Não tem jeito. Tire o time de campo e saia de fininho. Você entrou para a categoria dos chatos e dos indesejáveis. A pessoa que te ouve não quer mudar nada, está muito bem assim e você está sendo gentilmente convidado a não meter o nariz onde não é chamado e ponto final.
E os convencimentos aparentes? Aquele onde a pessoa fala, fala, mas alguma coisa lá no fundo não fecha. O argumento faz sentido, as provas se encaixam, mas o seu sinal vermelho acende. Intuição pura. Tire partido dela. As mulheres que o digam. Mas isto é outra história. Pensando bem, esta aqui já está ficando chata. Bye, bye.
Bom dia Rackel, muito bom seu texto, como sempre perfeita em tudo que escreve.
ResponderExcluirObrigada, Arnold, por tua presença e comentário.
ResponderExcluirAbraço Fraterno.