Pular para o conteúdo principal

A Lógica de Cada Um


Normalmente a lógica cai por terra quando se argumenta com alguém e o sujeito concorda de pronto. No pressuposto de que a concordância seja porque está convencido e não porque o vencemos no cansaço. Porque se foi a fadiga, estorna e segue o baile. O interlocutor está convicto de que a nossa argumentação é correta para que ele faça ou deixe de fazer determinada ação ou tenha certas atitudes. Prepare-se para o xeque mate: “É. Você tem está certo, mas eu não gosto. Eu não quero”.

Nessas circunstâncias, capitulamos. Contra a ausência de lógica ou de vontade, não há idéia ou procedimento que vá em frente. E o que é inconcebível para que se pauta pela coerência nas atitudes, para o outro é basicamente o predomínio do instinto. “Não estou com vontade de fazer”. O não fazer significa abrir mão das melhorias que o novo posicionamento traria. Mas se ele não aprecia a idéia ou não quer, significa que não está disposto a correr riscos para alcançar certos objetivos. Ou então, a última alternativa: Ele não está suficientemente persuadido dos benefícios que supostamente iria auferir. Não assimilou como verdade sua aquela proposição.

Outro argumento que dispensa qualquer réplica é: “Tudo bem, eu concordo contigo, você têm razão, mas por aqui é assim, dessa maneira que estamos acostumados a fazer”. Tradução: Você não foi esclarecedor a ponto de convencer, está enchendo a paciência de quem te ouve e ele está apelando porque não te agüenta mais e quer que dê o fora. Não tem jeito. Tire o time de campo e saia de fininho. Você entrou para a categoria dos chatos e dos indesejáveis. A pessoa que te ouve não quer mudar nada, está muito bem assim e você está sendo gentilmente convidado a não meter o nariz onde não é chamado e ponto final.

E os convencimentos aparentes? Aquele onde a pessoa fala, fala, mas alguma coisa lá no fundo não fecha. O argumento faz sentido, as provas se encaixam, mas o seu sinal vermelho acende. Intuição pura. Tire partido dela. As mulheres que o digam. Mas isto é outra história. Pensando bem, esta aqui já está ficando chata. Bye, bye.

Comentários

  1. Bom dia Rackel, muito bom seu texto, como sempre perfeita em tudo que escreve.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, Arnold, por tua presença e comentário.
    Abraço Fraterno.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Por favor, deixe aqui sua opinião sobre o texto.

Postagens mais visitadas deste blog

A métrica no poema e como metrificar os versos de um poema.

Texto publicado no site Autores.com.br em 25 de Novembro de 2009 Literatura - Dicas para novos autores Autor: PauloLeandroValoto "Alguns colegas me abordam querendo saber como faço para escrever e metrificar os versos de alguns de meus poemas. Diante desta solicitação de alguns colegas aqui do site, venho explicar qual a técnica em que utilizo para escrever poemas com versos metrificados. Muitos me abordam querendo saber: - Como faço? - Como é isso? - O que é métrica? - Como metrifico os versos de meus poemas? - Quero fazer um tambem. - Me explique como fazer. Vou descrever então de uma forma simples e objetiva a técnica que utilizo para escrever poemas metrificados. Primeiro vamos falar de métrica e depois vamos falar de como metrificar os versos de um poema. - A métrica no poema: Métrica é a medida do verso. Metrificação é o estudo da medida de cada verso. É a contagem das sílabas poéticas e as suas sonoridades onde as vogais, sem acentos tônicos, se unem uma com as outras fo

Jogo de Palavras

Dizer que foi o receptor da comunicação quem se equivocou é uma atitude cômoda para o emissor, porém arriscada, já que a conversa pode se encerrar por ali. Quando lançamos mão do tradicional “você é que não me entendeu”, estamos transferindo para o outro a responsabilidade pelo equívoco que nós mesmos provocamos. Na prática, a nossa atitude em si é arrogante, pois não admite a possibilidade de erro e ainda por cima se exime das conseqüências, como se fôssemos donos da verdade e só a nossa versão é que contasse. Seria muito mais humilde e receptivo trocar a mensagem por “eu não me fiz entender”. Acalma o interlocutor e de quebra nos dá fôlego para uma segunda chance. Ocorre que na maioria das vezes nos utilizamos dessa tática com a melhor das intenções e com o honesto propósito de esclarecer a idéia que queríamos transmitir. Como a resposta vem de imediato à nossa mente, estamos convictos que esta forma de se expressar é correta e tanto cremos nisso que a reação é automática e não enten

A arte de escrever Sonetos

Texto de Paola Rhoden, publicado no site Autores.com em 05 de novembro de 2009 Em primeiro lugar, não se ensina um poeta a escrever. Ele tira da alma o que sua mão escreve. Porém, a tarefa de escrever um soneto, uma obra considerada pelos intelectuais de símbolo da poesia, não é fácil. Não é fácil porque aqueles que cultuam essa técnica, não arredam pé de que é essencial para um soneto seguir as regras. Mas, para quem gosta e quer seguir por esta árdua estrada, abaixo seguem algumas delas: Um soneto é uma obra curta que transmite uma idéia completa. Para se escrever um soneto perfeito, ou clássico, como é chamado pelos profissionais de literatura, deve seguir as regras mundialmente utilizadas, que são: métrica, ritmo e rima. Um soneto clássico é formado por quatorze (14) versos decassílabos, dispostos em quatro estrofes, da seguinte maneira: a) dois quartetos ( ou quadras ); b) dois tercetos ( ou terças); c) a métrica deve seguir as normas. Cada um dos 14 versos deve ser decassíla