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Amiga

Há dias ensaio
Um telefonema
Não deu.
Dou-te
Um poema
Pretenso verso
De rima nua.
Com os fantasmas
Tergiverso,
Brinco de cabra-cega.
Contigo derramo
Sem pedir licença
As dores, as mesuras,
As amarguras.
Teço, desenrolo,
Teias infindas,
Idéias desencontradas
Que se realizam
Nos meus sonhos.
Pergunto-te cara,
Continuarás a ouvi-los
Na caminhada?

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