O calor daqueles últimos dias de janeiro era insuportável e mesmo assim não resistimos ao desejo de visitar o MARGS-Museu de Arte do Rio Grande do Sul-. Estava em cartaz uma exposição do artista catalão Joan Brossa, de Barcelona ao Novo Mundo. Chegamos um pouco antes do horário e de cara encontramos o museu em obras e com o ar condicionado sem funcionar. Na primeira sala de exposição, correntes pendiam do teto instigando-nos a olhar para cima e uma placa na parede indicava o nome da obra: Correntes de Dâmocles. Levamos um susto e veio o pensamento inevitável e quem estava conosco percebeu: “Estas correntes estão prestes a cair sobre as nossas cabeças!” Era uma obra de arte contemporânea. Uma instalação? É difícil imaginar o que o autor queria expressar com a obra, mas se era impacto, conseguiu.
Há objetos que trazem referências explícitas ao casamento, como as algemas com um de seus lados substituídos por uma pulseira cravejada de pedras que lembram brilhantes.
Este tipo de arte é um mundo muito difícil de penetrar, principalmente para leigos como nós. Quem transcende a realidade e depois a trás para mostrá-la, não necessariamente atinge o seu objetivo.
Joan Brossa angariou entre os espanhóis a fama de catalão mais representativo do século 20. Pouco conhecido na América Latina, o nome da exposição também é uma ironia a este desconhecimento de sua obra. Também pudera. Brossa faz a chamada arte contemporânea, esta que tanto nos instiga e nos põe em dúvida quanto ao seu caráter utilitário, mas que é uma forma paralela à sobrevivência de divulgar principalmente a inconformidade do artista diante da hipocrisia inevitável da existência. O trabalho passeia por vertentes que vão desde objetos, instalações, poemas visuais até livros e cartazes. O artista é apaixonado pelas palavras e procura extrair delas o duplo significado, o medo que elas podem provocar.
O artista lutou na guerra civil espanhola e quando ela acabou passou a se sustentar com a venda de livros proibidos pelo franquismo. Foi admirador do movimento surrealista de Joan Miró e Joan Prats, escreveu para revistas e dedicou-se à poesia. Natural de Barcelona,faleceu em 1998, com quase 80 anos e em plena atividade. Na década de 20 seus poemas reinvindicavam a Catalunha livre de quaisquer submissões, fossem econômicas, políticas ou religiosas. O poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto era seu amigo e lhe apresentou a cultura brasileira e latinoamericana, enveredando pelo cunho social. Nos anos 60 agregou a poesia visual, indo além da palavra e fixando-se na letra. Ao trabalhar desde as letras até a sujeira, Joan Brossa pretendeu provocar a humanidade e seus dilemas. Foi uma espécie de artista multimídia, levando as experiências da poesia até as últimas conseqüências.
A arte é como a alta costura, que não é usável e é o núcleo das idéias que se disseminarão em roupa/arte palpável e aceita/usada por crítica e público. Enquanto o novo paradigma não se impõe o artista sobrevive do suporte tradicional, até que um novo modelo de arte assuma o papel de vanguarda. E começa tudo de novo...
Joan Brossa angariou entre os espanhóis a fama de catalão mais representativo do século 20. Pouco conhecido na América Latina, o nome da exposição também é uma ironia a este desconhecimento de sua obra. Também pudera. Brossa faz a chamada arte contemporânea, esta que tanto nos instiga e nos põe em dúvida quanto ao seu caráter utilitário, mas que é uma forma paralela à sobrevivência de divulgar principalmente a inconformidade do artista diante da hipocrisia inevitável da existência. O trabalho passeia por vertentes que vão desde objetos, instalações, poemas visuais até livros e cartazes. O artista é apaixonado pelas palavras e procura extrair delas o duplo significado, o medo que elas podem provocar.
O artista lutou na guerra civil espanhola e quando ela acabou passou a se sustentar com a venda de livros proibidos pelo franquismo. Foi admirador do movimento surrealista de Joan Miró e Joan Prats, escreveu para revistas e dedicou-se à poesia. Natural de Barcelona,faleceu em 1998, com quase 80 anos e em plena atividade. Na década de 20 seus poemas reinvindicavam a Catalunha livre de quaisquer submissões, fossem econômicas, políticas ou religiosas. O poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto era seu amigo e lhe apresentou a cultura brasileira e latinoamericana, enveredando pelo cunho social. Nos anos 60 agregou a poesia visual, indo além da palavra e fixando-se na letra. Ao trabalhar desde as letras até a sujeira, Joan Brossa pretendeu provocar a humanidade e seus dilemas. Foi uma espécie de artista multimídia, levando as experiências da poesia até as últimas conseqüências.
A arte é como a alta costura, que não é usável e é o núcleo das idéias que se disseminarão em roupa/arte palpável e aceita/usada por crítica e público. Enquanto o novo paradigma não se impõe o artista sobrevive do suporte tradicional, até que um novo modelo de arte assuma o papel de vanguarda. E começa tudo de novo...
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