Relações familiares são marcas que não se apagam. Mesmo quando alguém resolve trabalhar longe, mais dia menos dia a saudade bate e não há outra alternativa senão pedir arreglo e buscar colo.
Elos só se preservam se forem azeitados, mantidos mesmo à distância. Hoje, com a facilidade das comunicações, não há desculpa para nos esquecermos de alguém. Vale o desejo de continuar tendo a pessoa no rol dos nossos sentimentos mais ternos.
É difícil lidar com os sentimentos de familia. Temos a obrigação de gostar, de ajudar e até de aturar, pela justificativa de que os laços de sangue nos unem. Às vezes isto não é verdadeiro. Desenvolvemos antipatias dentro da família, tão ou mais fortes do que aquelas que acontecem nas demais relações. A convivência familiar nos dá o suposto direito de sermos autênticos. Como se o mundo fosse uma prisão e o lar o único santuário de liberdade possível e ali pudéssemos ser nós mesmos no sentido amplo da palavra. Isto pode ser notado em fatos corriqueiros, como o ato de se arrumar para sair. As roupas mais novas deixamos para quando se está em contato com o ambiente externo e as mais velhas se usa em casa. Nós mulheres, podemos nos maquiar a semana inteira para ir ao trabalho, eventos, mas quando se chega em casa, pouquíssimas se enfeitam de novo para simplesmente estar em casa. É um contra-senso inconsciente. Justamente onde recebemos afeto da melhor cepa, onde nos apoiamos nos momentos difíceis, onde os sentimentos são incondicionais, presenteamos com o lado despojado de enfeite. E não é só no aspecto físico. Os desabafos, a franqueza, também são privilégio do lar. Mas "se eu não puder desabafar ali, vou desafogar onde?". Não podemos correr para um canto xingar ou esperar a vontade passar somente para poupar os nossos. Mas podemos ver qual cota nos cabe e que não precisa ser passada adiante, principalmente quando lá no fundo sabemos que a tempestade passa.
Estabelecemos relações de amizade profundas, independentemente da afinidade sanguínea. São os elos criados espontaneamente ao longo da vida. Abre um vazio no íntimo, quando somos privados da convivência de um amigo. Quando optamos por permanecer a seu lado é porque a presença é cara para nós. Quando as nossas escolhas de vida não nos permitem esta alternativa, a distância não impede que o reencontro seja um "parece que foi ontem" e a empatia permaneça a mesma de outrora. Elos podem estar inseridos no projeto de vida ou não. Ninguém se basta. Seja na continuidade da vida no contexto da comunidade em que se nasceu ou vivendo longe do torrão natal, sem os vínculos familiares ou aqueles construídos ao longo da existência, a vida não tem sentido.
Elos só se preservam se forem azeitados, mantidos mesmo à distância. Hoje, com a facilidade das comunicações, não há desculpa para nos esquecermos de alguém. Vale o desejo de continuar tendo a pessoa no rol dos nossos sentimentos mais ternos.
É difícil lidar com os sentimentos de familia. Temos a obrigação de gostar, de ajudar e até de aturar, pela justificativa de que os laços de sangue nos unem. Às vezes isto não é verdadeiro. Desenvolvemos antipatias dentro da família, tão ou mais fortes do que aquelas que acontecem nas demais relações. A convivência familiar nos dá o suposto direito de sermos autênticos. Como se o mundo fosse uma prisão e o lar o único santuário de liberdade possível e ali pudéssemos ser nós mesmos no sentido amplo da palavra. Isto pode ser notado em fatos corriqueiros, como o ato de se arrumar para sair. As roupas mais novas deixamos para quando se está em contato com o ambiente externo e as mais velhas se usa em casa. Nós mulheres, podemos nos maquiar a semana inteira para ir ao trabalho, eventos, mas quando se chega em casa, pouquíssimas se enfeitam de novo para simplesmente estar em casa. É um contra-senso inconsciente. Justamente onde recebemos afeto da melhor cepa, onde nos apoiamos nos momentos difíceis, onde os sentimentos são incondicionais, presenteamos com o lado despojado de enfeite. E não é só no aspecto físico. Os desabafos, a franqueza, também são privilégio do lar. Mas "se eu não puder desabafar ali, vou desafogar onde?". Não podemos correr para um canto xingar ou esperar a vontade passar somente para poupar os nossos. Mas podemos ver qual cota nos cabe e que não precisa ser passada adiante, principalmente quando lá no fundo sabemos que a tempestade passa.
Estabelecemos relações de amizade profundas, independentemente da afinidade sanguínea. São os elos criados espontaneamente ao longo da vida. Abre um vazio no íntimo, quando somos privados da convivência de um amigo. Quando optamos por permanecer a seu lado é porque a presença é cara para nós. Quando as nossas escolhas de vida não nos permitem esta alternativa, a distância não impede que o reencontro seja um "parece que foi ontem" e a empatia permaneça a mesma de outrora. Elos podem estar inseridos no projeto de vida ou não. Ninguém se basta. Seja na continuidade da vida no contexto da comunidade em que se nasceu ou vivendo longe do torrão natal, sem os vínculos familiares ou aqueles construídos ao longo da existência, a vida não tem sentido.
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