Como se mede o trabalho de alguém? Quanto é o tempo que entendemos ser uma jornada razoável a ser distribuída durante o dia? Em três partes, oito horas para o trabalho, oito para o lazer e oito para o descanso? Na prática, ledo engano. Poucos de nós pode se dar ao luxo de ter essa divisão equitativa. Costumamos dizer que temos um trabalho quando há um vínculo empregatício, formal e, quando informal, serviço. Numa gozação tipicamente brasileira, dizemos as pessoas não buscam serviço, procuram emprego. Este último sim, é sinônimo de segurança, sentir-se ao abrigo da lei e proteção quando necessária.
Mesmo no desemprego estamos trabalhando e a procura de emprego é um exemplo. Ninguém ocupa as vinte e quatro horas do dia dormindo ou com lazer. Estudar é outra forma de trabalhar, mais acentuada nas fases da educação formal. O sentimento de quem é questionado sobre se é melhor estar executando uma carga maior no emprego formal do que estar sem emprego, surpreende. Principalmente se vem de alguém de vinte e poucos anos que trabalhou de carteira assinada, e por buscar mais tempo para estudar, exercer outras atividades que gostava, saiu e depois voltou ao mesmo emprego que deixara, com uma motivação excelente.
Não se trata aqui de fazer apologia ao trabalho além da jornada, mas trabalho ainda é uma bênção, não um castigo. E talvez a sensação de pagar os pecados venha da visão literal do Gênesis, quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso. “Ganharás o pão com o suor do próprio rosto”. Pronto, gravou no nosso DNA: ...trabalho é castigo, trabalho é castigo... e é tão forte que no emprego ficamos medindo o desempenho de quem está ao nosso lado, para ver se o castigo dele é menor que o nosso. Se é assim, qual a razão das filas quilométricas na disputa por um emprego de carteira assinada? Uma vez lá, entramos para a redoma dos protegidos.
E nós, os empregados, olhamos de esguelha para o lado e constatamos que damos mais o sangue que o outro, após longos anos de emprego e o colega está sobrevivendo igual a nós ou talvez “viveu” mais, porque soube se esquivar do serviço. E julgamos que usufruiu dele mais em proveito próprio e está aí bem faceiro, nos chamando de burros de carga. E com razão temos uma pontinha de inveja desta faceirice. Mas pensando bem, não convém ir muito fundo nas raízes do sorriso, para não correr o risco de compartilhar uma cota da angústia que não queremos para nós, pois também ele as teve, mas são as dele, não as nossas.
Pode até ser que tenhamos “vivido” bem mais do que imaginávamos, porque intensamente, se tivermos sido intensos no trabalho e gostado dele.
Mesmo no desemprego estamos trabalhando e a procura de emprego é um exemplo. Ninguém ocupa as vinte e quatro horas do dia dormindo ou com lazer. Estudar é outra forma de trabalhar, mais acentuada nas fases da educação formal. O sentimento de quem é questionado sobre se é melhor estar executando uma carga maior no emprego formal do que estar sem emprego, surpreende. Principalmente se vem de alguém de vinte e poucos anos que trabalhou de carteira assinada, e por buscar mais tempo para estudar, exercer outras atividades que gostava, saiu e depois voltou ao mesmo emprego que deixara, com uma motivação excelente.
Não se trata aqui de fazer apologia ao trabalho além da jornada, mas trabalho ainda é uma bênção, não um castigo. E talvez a sensação de pagar os pecados venha da visão literal do Gênesis, quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso. “Ganharás o pão com o suor do próprio rosto”. Pronto, gravou no nosso DNA: ...trabalho é castigo, trabalho é castigo... e é tão forte que no emprego ficamos medindo o desempenho de quem está ao nosso lado, para ver se o castigo dele é menor que o nosso. Se é assim, qual a razão das filas quilométricas na disputa por um emprego de carteira assinada? Uma vez lá, entramos para a redoma dos protegidos.
E nós, os empregados, olhamos de esguelha para o lado e constatamos que damos mais o sangue que o outro, após longos anos de emprego e o colega está sobrevivendo igual a nós ou talvez “viveu” mais, porque soube se esquivar do serviço. E julgamos que usufruiu dele mais em proveito próprio e está aí bem faceiro, nos chamando de burros de carga. E com razão temos uma pontinha de inveja desta faceirice. Mas pensando bem, não convém ir muito fundo nas raízes do sorriso, para não correr o risco de compartilhar uma cota da angústia que não queremos para nós, pois também ele as teve, mas são as dele, não as nossas.
Pode até ser que tenhamos “vivido” bem mais do que imaginávamos, porque intensamente, se tivermos sido intensos no trabalho e gostado dele.
Lindo texto, e eu na minha fase ''correndo atras de emprego'', digo que prefiro 4 hras de laser o resto estudando, trabalhando! uahauahhua
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